segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Campeonato Carioca 2015: 03ª rodada

Botafogo goleia, dupla Fla-Flu passam por dificuldades e Vasco só empata com o Tigres

Por: Lucas Nunes (Facebook | Twitter | Instagram) e Matheus Andrade

• Botafogo 4x0 Bonsucesso (Estádio Nilton Santos / Engenhão, Rio de Janeiro | 07/02, 17h)
Lucas Nunes

De volta a sua casa após de dois anos, o Botafogo voltou ao Engenhão (rebatizado pelo clube, torcedores e parte da imprensa de Estádio Nilton Santos) e goleou o fraco Bonsucesso por 4x0, gols de Diego Jardel, Bill, Thiago Carleto e Fernandes. Com o resultado, o Botafogo se fixa na segunda colocação do campeonato, empatado em todos os critérios com o Flamengo. Já o Bonsucesso é o último colocado do campeonato até então.

O Alvinegro estava diferente do time que vimos nos jogos passados. Explico; era um time mais solto, mais relaxado em campo. Seria por jogar em casa ou por enfrentar um time muito inferior a si? Acho que era devido a ambos os fatores. A falta de qualidade técnica do time suburbano dava a entender que o Botafogo era um timaço - algo que sabemos ser irreal.

Bill comemora seu gol homenageando Nilton Santos. |
Foto: Dhavid Normando / Agência Estado
O time de General Severiano abriu o placar já aos 10', com Diego Jardel, em grande jogada de contra-ataque com Rodrigo Pimpão. Dez minutos depois, Pimpão apareceu de novo pra deixar Willian Arão praticamente livre. No momento do chute, fora bloqueado, e na sequência do lance o mesmo volante passou para Bill, que não perdoou e marcou o segundo. Na comemoração (foto), fizera uma homenagem a Nilton Santos, ao "imitar" o lance protagonizado pelo eterno lateral-esquerdo do Botafogo na Copa do Mundo de 1962, quando ao cometer pênalti, dera um passe pra fora da área buscando ludibriar o juiz. Copa essa em que a Seleção Brasileira se sagrou bicampeã mundial.

Na segunda etapa, continuação do baile alvinegro. Logo aos 3' Thiago Carleto, que usa a mesma camisa 6 de Nilton Santos, ampliou de falta, dando uma tranquilidade ainda maior para o Fogão. Já o Bonsucesso... Sequer assustava o goleiro Jefferson, que pouco trabalhou na segunda etapa. Ah, já ia me esquecendo do quarto gol: Fernandes (atenção nesse garoto. Joga bem. Tem futuro) entrou e marcou o seu primeiro gol no campeonato.

• Resende 1x2 Flamengo (Estádio Gal. Raulino de Oliveira, Volta Redonda | 07/02, 19h30)
Matheus Andrade


Anderson Pico destaque da partida ao marcar 
dois gols, um contra e outro a favor. | Foto: ESPN
Em recuperação no campeonato, o Flamengo venceu mais uma, desta vez com uma carga de sofrimento. A equipe do Resende foi muito bem montada por Edson Souza, e não deu margem para as infiltrações rubro-negras.

O primeiro tempo foi atípico para todos que assistiam ao jogo, o Resende tinha o domínio das ações e chegava com frequência ao gol rubro-negro. Em jogada pela lateral, Maranhão passa para Jhulliam, que rolou para Jefferson Silva chutar e fazer César trabalhar.

A desorganização do meio de campo flamenguista e a marcação adiantada do adversário facilitaram esse jogo veloz da equipe de Resende. O placar não foi alterado até o segundo tempo, quando Luxemburgo trocou Arthur Maia por Alecsandro.

Com Marcelo Cirino na ponta, a movimentação rubro-negra melhorou e começou a criar problemas a zaga adversária. Após aparecer cara a cara com Arthur e desperdiçar a chance, Cirino se redimiu ao dar assistência para Anderson Pico soltar a bomba, a bola desviar em Everton e entrar no canto direito.

Outra modificação acertada de Luxa daria maior equilíbrio ao partida, Luiz Antônio entrou na vaga de Nixon. Após excelente lançamento de Luiz Antônio, Marcelo Cirino recebe sozinho contra o zagueiro, ele coloca em profundidade e divide com o zagueiro que o derruba.
O arbitro assinala pênalti, Alecsandro toma posição e desloca o goleiro com facilidade. A vantagem de dois gols durou pouco tempo, aos 31’ a bola foi cruzada em direção ao gol, Anderson Pico sozinho dentro da área, arriscou um chutão, furou feio e marcou um golaço contra.

Após esse gol, o jogo caiu de rendimento e não teve oportunidades claras até o fim da partida. Essa vitória levou o Flamengo a vice-liderança compartilhada com o Botafogo, ambos tem 7 pontos atrás do único invicto do Carioca, o Fluminense (9).

• Fluminense 2x1 Bangu (Estádio Jornalista Mário Filho / Maracanã, Rio de Janeiro | 08/02, 17h)
Lucas Nunes

Quem achava que o Fluminense teria vida fácil contra o Bangu, se enganou. Na primeira etapa, de fato, não ocorreram sustos; o Tricolor até dominou a partida, mas parava ora na zaga, ora no goleiro, que catou tudo. Tanto que o Flu teve que tentar pelo menos umas três vezes até chegar ao primeiro gol, com Fred. Mas antes de falar do jogo, comentemos acerca da volta do time ao mítico Estádio Mário Filho, o Maracanã.

Como todos sabem, o time das Laranjeiras não vive uma relação muito amistosa com a FERJ (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro. Devido a essa rixa, os outros jogos do time foram mandados para locais que não são sua casa (o primeiro jogo foi em Volta Redonda, e o Flu era mandante; na segunda rodada o mandante era o Nova Iguaçu e o jogo foi disputado em Mesquita). Mas uma hora o time iria voltar à sua casa. E voltou. Pena que a torcida não aderiu tanto a essa volta; o jogo teve pouco mais de 13 mil pagantes, com mais de 15.500 presentes.

Tricolores comemoram com Fred o primeiro gol. |
Foto: Bruno Haddad / Fluminense F.C.
Na primeira etapa o Tricolor tinha total comando da partida. O trio ofensivo no meio-campo formado por Lucas Gomes, Marlone e Vinícius juntamente com Wellington Silva (sem contar com Fred no ataque) criava grandes chances de gol, não concretizadas ora por ineficiência dos jogadores nas finalizações, ora por extrema eficiência da defesa suburbana. Mas aos 22' esse ferrolho ofensivo foi furado: Wellington Silva cruzou, Fred pegou de prima e acertou o cantinho. E essa dupla ainda assustaria mais a defesa adversária. No final da primeira etapa, o camisa 25 cruzou e o artilheiro fuzilou de cabeça, para a bela defesa do goleiro Márcio, impedindo que o placar fosse ampliado.

Na segunda etapa de partida, o Bangu mudou sua postura. Deveras, o treinador Mário Marques ousara e avançara todo o seu time buscando o empate, quiçá a vitória.

• Vasco da Gama 1x1 Tigres do Brasil (Estádio Los Larios, Xerém - Duque de Caxias | 08/02, 19h30)
Globoesporte.com

O Vasco teve dificuldades para domar o Tigres do Brasil no castigado gramado do Los Larios, em Xerém, na Baixada Fluminense, diante de 2.730 torcedores. O time de São Januário saiu atrás, buscou o empate, mas não impediu a mordida de dois pontos, os primeiros que perde neste Campeonato Carioca. A equipe comandada por Doriva desperdiçou chances no primeiro tempo - uma delas carimbou a trave. Paulinho Guará abriu o placar para os anfitriões logo no início da etapa final, e os cruz-maltinos, com golaço de Rafael Silva, igualaram dois minutos depois: 1 a 1.

Com o resultado, o Vasco caiu para quarto e soma sete pontos, dois atrás do líder Fluminense, único a manter os 100% de aproveitamento após três jogos realizados. Já o Tigres acumula três empates e rês pontos. Na próxima rodada, o Vasco receberá o Macaé em São Januário, na quinta-feira. Depois, só voltará ao gramado no dia 18, também em sua casa, diante do Barra Mansa. O Tigres enfrenta o Friburguense na quarta-feira, no Eduardo Guinle, e retorna após a pausa para o carnaval contra o Madureira, no Los Larios.

Bernardo teve boa atuação e chegou a carimbar trave
em finalização | Foto: Pedro Kirilos / Agência O Globo
A partida teve em seus primeiros instantes erros de passe de ambos os lados em um gramado aparentando condições ruins. Mas não demorou para o Vasco tomar a iniciativa no confronto. O primeiro chute de Lucas não levou perigo, mas antes dos dez minutos o time teve duas grandes chances. Primeiro, em contra-ataque veloz, Bernardo bateu em cima de Santiago e, na sobra, perdeu o tempo da jogada. No segundo lance, Bernardo colocou na cabeça de Marcinho na área. Mesmo livre, ele finalizou para fora. Acuado, o Tigres mostrou as garras. Em lance confuso na área do Vasco, a bola sobrou para o zagueiro Zé Carlos encher o pé. A bola subiu demais e passou por cima do travessão.

O Vasco passou a ter dificuldades depois da parada técnica. O ímpeto ofensivo diminuiu, os erros de passe se repetiram e as condições do gramado voltaram a merecer destaque. No novo panorama, o Tigres ganhou confiança e conseguiu ameaçar. O goleiro Martin Silva impediu que o time da casa abrisse o placar na tentativa de Matheus - na sobra, Edson também tentou, mas mandou para fora. Chutões, poucas jogadas e faltas pareciam ser a constante nos minutos finais, mas, aos 41, Madson desviou o cruzamento de Marcinho para cabeceio de Bernardo e a bola carimbou a trave esquerda do Tigres. No intervalo, o atacante Rafael Silva reclamou do campo de jogo:

- O campo está molhado e esburacado. Vamos trabalhar no segundo tempo para que saiam os gols - disse.

E eles saíram, mas um para cada lado. O time de São Januário começou o segundo tempo tentando partir para cima, na arrancada de Montoya. Porém, logo aos 3, a defesa bobeou em escanteio, a bola sobrou para Zé Carlos ajeitar para Paulinho Guará, livre na pequena área, abrir o placar. Foi a deixa para os cruz-maltinos acordarem. Dois minutos depois, Rafael Silva recebeu no ataque, limpou o defensor e bateu com categoria. Um golaço, sem chance para Santiago: 1 a 1.

O ritmo ficou mais intenso e o Vasco passou a tentar pressionar pela virada. O técnico Doriva sacou Montoya e Lucas para lançar Júlio dos Santos e Yago. O segundo gol quase saiu em jogada de Bernardo e Rafael Silva, com bela defesa de Santiago. Mas o lance foi invalidado pois havia impedimento. Aos 13, Bernardo arriscou da intermediária e novamente levou perigo. Mas a ameaça constante não foi suficiente para mudar o resultado final. Lucas ainda quase colocou o Tigres em vantagem nos minutos finais. O Vasco seguiu pressionando, também criou novas chances, mas prevaleceu o empate.



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